Lorde se emociona e faz carta aberta ao Brasil em show brilhante no Rio de Janeiro
Após fazer um show icônico como headliner do Primavera Sound São Paulo, Lorde chega no Rio de Janeiro com uma apresentação solo da sua Solar Power Tour.
As cortinas se abrem e revelam o cenário que tem no centro um gigante relógio solar composto por um círculo com um meio e uma escada. Os músicos inicialmente estão posicionados nas escadas laterais enquanto a sombra de Lorde aparece atrás do círculo que está iluminado em amarelo, cor tema do álbum. Leader of a New Regime é a intro do show.
Dividido em 3 atos, Ella sai do cenário apenas para troca de figurinos enquanto o público espera ansiosamente e grita por sua volta.
A setlist mistura músicas de todos seus álbuns em cada ato, então há espaço para amantes do Pure Heroine, do Melodrama e do mais recente, Solar Power.
A energia do local é algo inexplicável e inigualável. Há momentos em que pouco se ouve a voz de Lorde. Ela dança e pula em todas músicas animadas e olha maravilhada para o público que canta extremamente alto nas mais calmas.
Ao se sentar no círculo para cantar Stoned at The Nail Salon, Lorde se introduz, conta que se chama Ella e fala sobre o quão feliz está de finalmente se apresentar no Rio de Janeiro pela primeira vez, já que todas suas vindas anteriores foram na cidade de São Paulo. Ella afirma que já sabe que esse seria um dos shows favoritos do ano deles, e com certeza, se tornou o show favorito de muitos presentes.
O relógio solar gira a cada música e luzes dramáticas mudam de acordo junto com o gigantesco telão de fundo. Sua banda se alinha nos degraus com Ella no final, virados à audiência, para iniciar The Path. É a perfeita imagem personificado da harmonia.
Em Ribs a energia toma conta da casa de show. É possível ver até um leve balanço na parte superior de tanto que todos pulavam enquanto davam seu máximo soltando a letra da música. O jeito que Lorde lidera a energia de 4 mil pessoas com tanta facilidade é fascinante e se torna impossível ficar quieto no mesmo ambiente.
“Esperei muito por essa noite. Amo muito vocês.” diz Lorde em um português arranhado. Em seguida, ela senta na escada para iniciar a próxima música mas começa a falar sobre fãs brasileiros. Ela relembra sua primeira passagem no país e comenta como só ao observar já pode dizer que são pessoas legais: “seus olhos são bons; eu quero curtir com vocês, eu poderia ser amiga de vocês!”. Um fã puxa um breve “parabéns pra você” por seu aniversário que foi comemorado no Brasil.
Ao decorrer da noite há mais momentos especiais, como novamente a performance de Bravado em solo brasileiro (música que ela não cantava há cerca de 8 anos) e a energia surreal em Green Light.
Lorde sai do palco e depois da famosa pausa de suspense, volta para o encore, parte “extra” do show. O hit que a pôs nos holofotes, Royals, é a penúltima da setlist. E para encerrar ela faz com que os presentes escolham entre duas músicas: Team ou A World Alone. A segunda é escolhida, e apesar de não soar como uma música de fim de show, encerra o espetáculo deixando muitos por ali realizados. Uma junção perfeita de uma nostalgia adolescente e do sentimento adulto.
Lorde é uma artista completa que entrega vocais, carisma, produção, e aquele brilho no olhar que te encanta e faz sentir conectado com tudo que está acontecendo no palco. Ela demonstra se importar de verdade com os fãs brasileiros e reforça sua gratidão várias vezes por todo o apoio.
Genuinamente e da forma mais natural, Ella é uma perfeita líder de espetáculo, guiando sua banda e seu público simultaneamente em uma experiência artística linda e emocionante.
Fotos: Carol Marins
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