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Titãs inicia comovente celebração de 40 anos com formação original em turnê imperdível

por Natália Silveira

Após duas noites de abertura no Rio de Janeiro, a turnê Titãs: Encontro chegou à Belo Horizonte no Expominas. A turnê que celebra 40 anos do Titãs traz os sete integrantes da formação clássica – Arnaldo Antunes, Branco Mello, Charles Gavin, Nando Reis, Paulo Miklos, Sérgio Britto e Tony Bellotto – de volta aos palcos.

O sucesso já anterior ao início dos shows, com várias datas extras sendo anunciadas, não previa a quantidade de emoção que a banda estava prestes a entregar neste espetáculo de quase duas horas e meia.

Abrindo o show com um fundo branco e a entrada de cada integrante no alto da plataforma, a ansiedade se formava em todos que esperaram horas (e anos) ao ver a silhueta de cada um se formando na frente do grande telão de LED. Todos os detalhes do palco são bem pensados, das estruturas circulares suspensas com holofotes aos telões que exibem visuais dedicados à cada música em seu momento mesclado com imagens ao vivo do palco.

O show se inicia com Paulo Miklos tomando controle do vocal em “Diversão”. Durante todo o primeiro ato é interessante ver o revezamento entre quem estava no microfone principal e o resto deles interagindo entre si e com o público.

Ao tomar a frente, Branco Mello para em uma pequena pausa ao público para contar sobre sua luta contra o câncer quando precisou remover um tumor da sua laringe em 2022 e assim perdeu parte da sua voz. Ao mesmo tempo em que ele relata uma fase tão difícil, ele demonstra a felicidade por estar vivo.

“Essa é uma noite muito especial pra mim (…) Estou muito feliz por estar aqui vivo! E falando! E ainda vou cantar para vocês.”

Nando Reis assume o controle e chega na famosa “Nome aos Bois”, que é uma música que cita nome de pessoas abomináveis que se ligam à coisas terríveis, de acordo com o mesmo. O sucesso de manifestação política da banda ganha uma atualização ao vivo ao incluir o nome de Bolsonaro na letra. Nesse momento é possível ver parte do público indo à loucura.

Foto: Letycia Cavalcante

A banda sai do palco e as luzes se apagam. Registros antigos começam a passar nos telões até que aparece a imagem de Marcelo Fromer, integrante que faleceu em 2001. Os gritos tomam conta do local seguindo de um coro do nome do mesmo.

Nesse momento, quem se distrai não nota que a equipe trabalha reformulando a estrutura e posicionamento de instrumentos para a frente do palco, em preparação ao próximo ato.

Abrindo com “Epitáfio”, o Titãs relembra o sucesso que foi o álbum de gravações acústicas e recebe ajuda do público que acende as luzes dos celulares e ilumina todo o espaço. Eles seguem com “Os Cegos do Castelo” e “Para Dizer Adeus”, antes de chamar uma convidada especial para se juntar à eles nesse momento em que se cria uma conexão intimista com o público.

Alice Fromer, filha de Marcelo, se une aos sete para uma homenagem ao pai. A imagem de Marcelo se acende nos telões laterais enquanto Arnaldo a introduz para cantarem “Toda Cor” e “Não Vou Me Adaptar”. Durante as músicas, os visuais e a iluminação colorida deixam o ambiente ainda mais comovente.

Foto do show do Rio de Janeiro na noite anterior (28/04)

No terceiro ato eles voltam com tudo ao palco para faixas como “Go Back”, regravação de “É Preciso Saber Viver” em que relembram Erasmo Carlos, “Televisão”, “Polícia”, entre vários outros sucessos.

“Bichos Escrotos” é um dos pontos mais altos da noite, e provavelmente, o momento em que a multidão grita a letra o mais alto possível. A felicidade de cada um deles no palco é visível enquanto andam e vão de encontro ao outro, principalmente ao baterista, Charles Gavin.

Miklos brinca com a moda do modelo de bis em show onde o artista sai do palco antes de terminar e já deixa avisado ao público que o show não vai terminar, que eles irão sair, todos irão pedir por mais e eles voltam e cantam mais músicas. E assim foi.

A comprida setlist de 31 músicas encerra em “Sonífera Ilha”, a música perfeita para finalizar esse longo e e impressionante show.

Para os que sentiram saudade, e para os que nunca chegaram a viver um show da banda, essa é uma oportunidade imperdível. A música do Titãs segue potente e nada nega a forte e clara conexão de todos no palco. Não existem palavras e imagens que descrevam a sensação completa de presenciar um show como esse.

Fotos: Letycia Cavalcante

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