
Planet Hemp anuncia as datas de sua turnê final, A Última Ponta
Após mais de três décadas de história, o Planet Hemp se despede dos palcos com a turnê “A Última Ponta”, que passará por Porto Alegre (4/10, KTO Arena), Rio de Janeiro (8/11, Farmasi Arena) e São Paulo (15/11, Allianz Parque). Os ingressos estarão à venda a partir do dia 18 de junho, ao meio-dia, pelo site da Eventim.
O nome da turnê é inspirado no verso “Eu continuo queimando tudo até a última ponta”, da faixa Queimando Tudo (1997). Mais do que uma referência musical, a frase sintetiza a postura irreverente e combativa da banda, que ao longo dos anos consolidou sua identidade como uma das principais vozes da contracultura no país.
“Fizemos um belo trabalho nesses 30 anos, mas tudo tem um final”, explica Marcelo D2. “Vamos aproveitar esses últimos momentos juntos na estrada e nos conectarmos mais uma vez com quem está com a gente desde o início.”
O Planet Hemp nasceu no início dos anos 1990, a partir da amizade entre D2 e Skunk, unida pelo amor ao rock e à cultura urbana. Com shows em casas alternativas do Rio e de São Paulo antes mesmo de lançar um álbum, o grupo rapidamente ganhou espaço na cena underground. Após a morte precoce de Skunk, em 1994, BNegão assumiu os vocais, consolidando a formação clássica da banda.
Misturando rap, rock, hardcore, ragga e psicodelia, o Planet Hemp criou uma sonoridade única e politizada. O disco de estreia, Usuário (1995), se tornou um marco com faixas como Legalize Já, Dig Dig Dig (Hempa) e Mantenha o Respeito, letras que criticavam a repressão policial e defendiam a legalização da maconha. Em 1997, no auge do sucesso, os integrantes foram presos após um show em Brasília, acusados de “apologia às drogas”. O episódio gerou repercussão nacional, mobilizou artistas e a imprensa, e reforçou o papel do grupo como símbolo da liberdade de expressão em um Brasil que ainda lidava com os resquícios da ditadura.
Desde então, a banda seguiu como um nome de referência na música brasileira. Discos como Os Cães Ladram Mas a Caravana Não Pára (1997) e A Invasão do Sagaz Homem Fumaça (2000) aprofundaram o discurso político e o experimentalismo sonoro do grupo. Após um hiato, o retorno veio com força em JARDINEIROS (2022), que rendeu dois prêmios no GRAMMY Latino de 2023, incluindo o de Melhor Álbum de Rock ou Música Alternativa em Língua Portuguesa.
Mais recentemente, o grupo lançou o registro ao vivo Baseado em Fatos Reais: 30 Anos de Fumaça, gravado em São Paulo, com participações de Pitty, BaianaSystem, Major RD, Rodrigo Lima e Tropkillaz. Segundo D2, o show deu o tom do que o público pode esperar da turnê final, que contará com um repertório ampliado e convidados especiais.
Além das três datas principais, a turnê também passará por Salvador, Recife, Curitiba, Florianópolis, Goiânia, Brasília e Belo Horizonte. Todas as informações podem ser conferidas no site oficial: planethemp.art.br.
