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Hozier faz sua estreia no Rio de Janeiro e proporciona noite mágica ao público

No último domingo (1), cerca de 4 mil pessoas no Rio de Janeiro foram abençoadas pela primeira vez em dez anos de carreira com o show intimista de Hozier. Por ter sido no Qualistage, conseguimos sentir de perto a grandiosidade da sua voz e apresentação, quase como uma verdadeira missa (rs), que só quem conhece o estilo do cantor poderia entender.

A casa estava cheia para receber o cantor e o show começou com o pé direito, toda a energia do show de abertura com Gigi Perez, a nova revelação que estourou no TikTok com a música “Sailor”. Ela iniciou a apresentação com as novas músicas de seu álbum At the Beach, In Every Life, muito bem recebidas e cantadas por quem estava lá. Foi até o auge de sua apresentação, quando cantou o single tão aguardado.

A estrutura do palco de Hozier estava um espetáculo à parte. O chão de pedra e os artigos rústicos remetiam a uma floresta, conectando o espetáculo ao conceito do álbum Unreal Unearth – repleto de tons terrosos e referências mitológicas – e criando um ambiente quase místico para os fãs. O visual foi cuidadosamente pensado, com iluminação e cenografia que reforçaram a atmosfera que suas letras transmitem.

Um dos detalhes mais impressionantes foi a quantidade de músicos que o acompanhavam: três violinistas, teclados, bateria e muitos outros instrumentos, que juntos deixaram tudo ainda mais real. Eu, particularmente, amo shows que trazem algum tipo de orquestra junto.

Quando começaram os acordes de “De Selby”, era como se um mantra fosse entoado por tantas vozes cantando junto a Hozier. A cada música, parecia que as vozes ficavam ainda mais altas. Ele, sempre muito feliz, parecia se impressionar cada vez que recebia carinho do público. Chegou a desejar vida longa para as capivaras e interagiu com a plateia diversas vezes, falando algumas palavras em português e “doido” por um Duolingo para entender tudo o que gritavam para ele. Claro, com sua personalidade carismática e generosa, não poupou palavras de agradecimento à sua banda. Ele apresentou cada um dos músicos, pelo menos duas vezes, sempre destacando a importância de todos para a engrenagem do show. Muito querido!

Após os fãs pedirem muito, ele atendeu ao pedido e cantou “First Light”, música do seu álbum Unreal Unearth, que não costuma cantar nos shows. “Essa foi só pra vocês”, disse ao atender o pedido e receber uma onda de fãs cantando junto.

Hozier, que está sempre engajado em usar sua poderosa voz para assuntos importantes como pautas sociais, tomou um segmento do show para falar sobre democracia, pedindo apoio do público para o pedido de cessar fogo no Oriente Médio e o terrível genocídio na Palestina.

“Há tanta violência no mundo e em qualquer dia vejo pessoas empáticas, com compaixão e o mesmo senso de justiça e isso me dá esperança. E acho que todos os dias temos a oportunidade de flexionar isso. Temos a oportunidade de mostrar a solidariedade que eu vejo em uma noite como esta.”

Após gritos de “Free Palestine”, Hozier seguiu com a performance de “Nina Cried Power”, que homenageia ativistas e artistas – como Nina Simone – que usaram sua voz para lutar por justiça social, direitos civis e mudanças políticas.

Com uma setlist extensa, dos grandes hits emocionantes como “Take Me to Church” e “Too Sweet”, o público se despediu ao som de “Work Song”, já ansiosos pela volta do cantor às terras cariocas.

Confira a galeria:

Fotos: Carol Marins

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