A dupla Jack & Jack chega em Curitiba para o seu primeiro show no país depois de 10 anos. Jack Gilinsky e Jack Johnson, nascidos e criados em Omaha, Nebraska, nos Estados Unidos, se conheceram na escola e se tornaram inseparáveis desde então.
Após viralizar no Vine (aplicativo de vídeos de 6 segundos), eles entraram para a Magcon e fizeram um grande sucesso. Com isso, aproveitaram a visibilidade e começaram a lançar seus próprios projetos como Wild Life, Like That e até mesmo o EP GONE.

Desde que Jack & Jack entrou em um hiatus de 3 anos depois da turnê “Good Friends Are Nice”, que aconteceu em 2019, muitas coisas mudaram na vida dos dois, o que foi também pauta da nossa conversa para o We In The Crowd.
Ser pai definitivamente mudou minha vida inteira e o jeito que vivo minha vida. Eu acho que sempre foquei muito em Jack & Jack, e, agora também na minha filha. (…) antes tínhamos muitas coisas que gostávamos de fazer, estávamos nos divertindo. Agora, estamos realmente focados nos nossos objetivos e em fazer a melhor música possível. — Jack Gilinsky
Além disso, Jacks nos contaram sobre seus projetos futuros, o próximo álbum da dupla, Symbiosis, deve sair na metade de 2026! Mal podemos esperar para ouvir.
E, como os próprios falaram: para os que estiveram nos shows de Jack & Jack em 2015, irão ver uma melhora óbvia. Com uma banda mais sincronizada, músicas mais divertidas, eles prometem entregar muita diversão e shows maravilhosos — além de prometerem não demorar mais 10 anos para voltar.
Jack & Jack se apresenta em Curitiba, dia 04/12, em São Paulo, dia 06/12 e, por fim, Rio de Janeiro no dia 07/12. Você ainda pode garantir seus ingressos para a Symbiosis Tour aqui.
Leia a entrevista completa abaixo:
Vocês já estão na América do Sul, certo?
Johnson: Estamos no Chile agora. Santiago. Acabamos de chegar esta manhã. E aqui é lindo. E estamos muito empolgados. Temos seis shows nesse período de duas semanas. Faz uns 10 anos desde que estivemos por aqui.
Então estamos muito animados. E mal podemos esperar para ver vocês em Curitiba. É ótimo ouvir isso.
Sim. Vai ser incrível. Eu já sei disso! Já faz um tempo desde que vocês estiveram em turnê com a Good Friends Are Nice Tour, certo? E, digo, muita coisa mudou, obviamente. A bebê do G. E teve a pandemia. Então eu queria saber, como artistas e como pessoas, da perspectiva de vocês, o que mais mudou desde a Good Friends Are Nice Tour?
Gilinsky: Ótima pergunta. Você definitivamente mencionou algumas das coisas que vêm primeiro à minha cabeça, que é, claro, ser pai. Isso definitivamente mudou minha vida inteira e o jeito como eu vivo minha vida.
Acho que minha vida inteira meio que gira em torno de Jack & Jack e agora da minha filha. Esses são meus dois pilares. E acho que, sabe, a principal coisa pra mim é que minha vida eu dedico ao que fazemos, à música e à minha família. Antes tínhamos tantas coisas que amávamos fazer e estávamos só nos divertindo. Agora estamos realmente focados em fazer a melhor música possível e conhecer e tocar para o maior número de pessoas que pudermos.
Johnson: Totalmente. Acho que levamos nossa profissão, a música em geral e toda a nossa marca como Jack & Jack mais a sério do que nunca agora. E levar a sério significa obviamente fazer conteúdo leve, engraçado e músicas divertidas. Mas ao mesmo tempo, colocamos muito esforço nisso. E acho que não estávamos tão alinhados e focados assim há muito tempo.
Sentimos que estamos na melhor fase que já estivemos e somos muito abençoados por as pessoas ainda irem aos shows. E estamos trabalhando no nosso terceiro álbum agora, Symbiosis, que deve chegar em 2026.
Gilinsky: Com certeza. Vai chegar.
Johnson: Estamos muito animados porque sentimos que estamos alinhados em tudo. E realmente focados. Acho que éramos muito mais distraídos quando éramos mais novos, tipo em 2019, na Good Friends Are Nice Tour.

Gilinsky: Sim, tudo era muito novo pra gente. E estávamos praticamente nos divertindo até demais. Estávamos festejando, sabe, nos divertindo muito. Sou muito grato por todas as experiências que tivemos. Mas agora é bom ter essa nova perspectiva aos 29 anos, ao invés de 18, 19, 20. Agora somos um pouco mais adultos.
Johnson: E as pessoas… o fato de ainda irem aos nossos shows, acreditarem em nós depois de tantos anos, depois de termos feito uma pausa de três anos… sabe, precisávamos de tempo porque passamos por coisas na indústria que fugiam do nosso controle. Mas acho que aprendemos muito nesse período. E percebemos: “Ok, se tivermos uma segunda chance, temos que trabalhar o máximo possível e não tomar isso como garantido”, e é exatamente isso que estamos fazendo.
Somos muito gratos porque nossos apoiadores, nossa família, nossos fãs, ainda estão aqui. E estão nos dando essa segunda vida como Jack & Jack. Então não vamos desperdiçar isso. E a melhor música ainda está por vir. Symbiosis está chegando. E sim, muita coisa mudou desde 2019 — e de um jeito muito bom.
É muito bom saber disso. E estou muito animada pelo álbum. Então, depois de crescerem juntos e trabalharem juntos por tantos anos, o que vocês aprenderam um sobre o outro que ainda surpreende?
Gilinsky: Bom, vou falar da minha perspectiva sobre o Johnson: eu vejo ele exatamente como eu via na segunda série, sabe? Ou no jardim de infância. Algo que eu aprendo todo ano é isso: ele não vai mudar. Tipo, vamos ser exatamente os mesmos. Pelo menos nossa dinâmica como amigos vai permanecer. É o que é. E depois de 25, 26 anos de amizade… ele sempre surpreende.
Johnson: Sim. Tipo, sempre pensamos: será que nossa dinâmica vai mudar? Será que vamos virar pessoas diferentes? Acho que pequenas coisas mudam, mas nossa relação, nosso senso de humor… isso nunca muda.
E sempre me surpreende que conseguimos manter a mesma energia por tanto tempo, e não vejo isso mudando nunca. É algo tão natural entre eu e o G.
Gilinsky: E acho que temos nossos interesses pessoais, e isso é meio que o conceito de Symbiosis: como somos opostos em algumas coisas e extremamente parecidos em outras. Nossos interesses gerais são bem alinhados. Amamos música. Amamos estar ao ar livre. Gostamos de cuidar do corpo. Gostamos de esportes. Amamos nossos amigos e nossa família. Temos valores e moral muito parecidos. Mas Johnson ama tocar piano. Eu recentemente entrei no surf, algo super aleatório.
Essas são nossas pequenas diferenças. Mas é engraçado ver como temos tantas constantes em nossa vida como duo. E acho que isso é algo que sempre reaprendemos: “Ah, isso aqui vai ser pra sempre, né?”.
Sim. E vocês se completam! Isso é muito legal. O que vocês aprendem um com o outro? Tipo, o que o Johnson te ensinou, G, e vice-versa?
Gilinsky: Acho que desde o início o Johnson me ensinou a não deixar que tudo o que vivemos mudasse nossa perspectiva sobre de onde viemos. No começo tudo era muito novo pra gente e às vezes era difícil voltar pra casa. Mesmo sem tentar, ele me lembrava constantemente que ainda temos uma casa, lá de onde viemos. Ele me lembra de casa. E acho que, mesmo sem perceber, lembramos um ao outro de nunca esquecer nossas origens.
Johnson: Sim, manter a cabeça no lugar. Perfeito. Eu diria sobre o G: antes de ele ter a filha, antes de ficar sóbrio, ele foi o primeiro do nosso grupo a parar de festejar. Ele meio que me mostrou que existe muito mais na vida. Do que achávamos que era só “diversão pra sempre”, sabe?
Gilinsky: Por exemplo, ficar intoxicado.
Johnson: Exato. E sair todo dia, beber, festejar cinco vezes por semana. A gente fazia isso muito quando era mais novo. E quando ele decidiu mudar, mostrou pra mim — e pra todo mundo — que existem mil outras formas de aproveitar a vida.
Fizemos uma turnê inteira agora sem beber. Ele não bebe mais. Eu ainda bebo, mas tipo, uma cerveja a cada mês e meio. E foi fácil manter isso porque o G está super focado, com outras prioridades, e isso meio que mudou as minhas também. E tornou a vida na estrada muito mais fácil. Sério, não sei como conseguíamos fazer turnê bebendo daquele jeito, dormindo tarde, acordando cedo…
Gilinsky: Não era sustentável. Então fico feliz que mudamos.


Isso é muito inspirador. E falando dos primeiros anos, o Shawn Mendes estava no Brasil agora e isso me fez lembrar da era Magcon. Então eu queria perguntar: qual é uma coisa que vocês gostariam que os fãs daquela época soubessem hoje?
Gilinsky: Eu sei que muitos dos OGs ainda acompanham, e somos gratos por isso — pelas pessoas que aparecem no aeroporto, nos shows, nos meets. Mas eu gostaria que o grande público que conheceu a gente na época soubesse da música que fazemos agora, porque estamos muito orgulhosos dela. E colocamos tudo nela. Eu genuinamente acho que, se ouvirem, vão ver que é nosso melhor trabalho.
Johnson: Acho que, objetivamente, as músicas antigas têm um lugar nostálgico no coração das pessoas. Mas objetivamente, o que fazemos agora é o mais musical, mais sincero, mais apaixonado, mais real que já fizemos. E está mais competitivo do que nunca. às vezes postamos vídeos e as pessoas comentam: “Não vejo vocês desde Magcon” e eu respondo tipo: “Cara, estamos lançando música faz dois ou três anos já, volta lá pra ouvir, você vai amar se der uma chance.” e é verdade. Estamos postando todo dia, equilibrando música com os vídeos engraçados. E isso é o que sempre imaginamos para Jack & Jack.
Só falta fazer quem esqueceu da gente voltar a acompanhar e perceber que estamos melhores do que nunca.
Gilinsky: Concordo. E também o simples fato de que somos os mesmos caras, com a mesma amizade, que alguém conheceu há 10 anos. Talvez a pessoa não saiba que éramos amigos antes e ainda somos agora.
Talvez isso interesse alguém que nos conhecia. Estamos aqui, fazendo o que sempre fizemos. Espero que essas pessoas voltem.
Sim. E se eu não estiver errada, a Magcon ia vir para o Brasil de forma conjunta naquela época. Não sei se é verdade, mas tinha esse rumor. O que daquela época vocês repetiriam agora na turnê Symbiosis, e o que vocês nunca fariam de novo — além das festas?
Gilinsky: Acho que… não tínhamos tanta música naquela época. Então às vezes subíamos no palco e dançávamos músicas aleatórias do top 40 e isso não rolaria hoje em um show de Jack & Jack. Mas algo que eu repetiria seria conhecer o máximo de pessoas possível, como fazíamos na Magcon.
E eu adoraria, mesmo que fosse algo privado, juntar todo mundo de novo para conversar sobre o quão louca foi aquela fase.

Johnson: Sim, muita coisa que fazíamos naquela época hoje em dia seria muito cringe. Talvez não na época, mas agora seria. Eu lembro de começarmos a performar nossos primeiros singles nos eventos do Magcon, Flights e Distance, que inclusive estão na setlist do Brasil. Então esses throwbacks estão lá, junto das músicas novas. Sem dar muitos spoilers, o show vai ser muito divertido.
Agora vamos para um rapid fire:
Um cantor que é um modelo pra você?
Johnson: Pra mim? Elton John. Amo como ele toca piano. E amo como ele trabalha melodias. Ele não escrevia as letras, mas criava melodias em cima delas.
Gilinsky: Acho que o meu seria… Bono. E amo o Chris Martin do Coldplay. Ótimos.
Quem esquece letras com mais frequência? Jack ou Jack?
Gilinsky: Quando é sobre nossas letras? Eu esqueço.
Johnson: Ele tenta, mas às vezes elas simplesmente evaporam.
“Um bom amigo é um bom amigo quando…”
Johnson: Quando te faz rir. É isso que amizade significa.
Uma música da qual vocês mais se orgulham como dupla?
Gilinsky: Vou no básico. Throwback, Like That.
Johnson: Eu diria Fire, uma das novas. Amo essa música.
Jack and Jack em 2026 — mais singles ou projetos completos?
Gilinsky: Álbum completo. Ambos, na verdade. Para vocês vai ser inverno, para nós será verão.
Muito animada! Comeback do Vine, sim ou não?
Gilinsky: Sim, super sim. Por que não? Adoramos fazer vídeos de 6 segundos.
Algo pelo qual vocês são gratos nessa etapa da turnê?
Gilinsky: Os fãs que ainda aparecem para nos ver.
Johnson: Concordo. Chegamos no aeroporto no Chile e já tinha um monte de gente esperando. Faz nosso coração sorrir.
Música de Natal favorita?
Gilinsky: Ah, tem muitas.
Johnson: Blue Christmas, do Elvis Presley.
Gilinsky: Eu gosto de Chestnuts Roasting on an Open Fire.
Johnson: É do Bublé?
Gilinsky: Na verdade qualquer coisa do Bublé. Ele não escreveu todas, mas os clássicos… Michael Bublé no Natal é perfeito.
Sim, ele é ótimo! E como estamos focados na experiência dos fãs, pedimos ao Jack and Jack Brasil para colaborar conosco nesta entrevista. As últimas perguntas são da Anna, Raira, Camille e Caroline.
Eles perguntam: se vocês pudessem voltar no tempo e dar um conselho aos seus “eus” mais jovens, qual seria?
Gilinsky: Eu diria: se você quer alcançar algo, foque, trabalhe o máximo que puder, e é possível.
Johnson: Eu diria: não desanime. Vai haver momentos em que seria fácil desistir, mas nunca deixe isso acontecer. Acredite em si mesmo, porque coisas grandes estão por vir.
Que conselho vocês dão aos fãs que querem seguir carreira na música?
Johnson: Basicamente o mesmo. Experimentem, encontrem seu som. E o principal: se coloquem no mundo.
Gilinsky: Esse é o principal.
Johnson: Não guardem música para sempre. Se querem que as pessoas escutem, lancem. Criem conteúdo.
Gilinsky: Mesmo se você acha que não está perfeito. Você nunca saberá seu potencial se não se expuser — especialmente hoje com as redes sociais.
Johnson: Jogue verde e veja o que cola. Você não precisa de uma gravadora hoje. E não tenham medo do que as pessoas vão pensar.
Gilinsky: As pessoas vão criticar, especialmente se você estiver indo bem. Então siga em frente.
Johnson: Acredite.
Gilinsky: E se você não gosta do que fez ontem, faça algo novo hoje.
Houve algum momento na carreira em que vocês pensaram em desistir ou sentiram que estava mais difícil do que deveria?
Johnson: Não diria desistir. Mas com certeza houve momentos em que era difícil justificar o que estávamos fazendo. Na pausa, por exemplo. Eu lancei um projeto, investi muito dinheiro e tempo, e não teve muitos streams — mesmo eu estando muito orgulhoso dele. Foi desanimador. Mas logo depois já estávamos conversando sobre voltar com Jack and Jack. Sempre vão existir altos e baixos.
Gilinsky: Sim. E tudo depende da escala, da perspectiva.
Johnson: Você não pode se apegar aos números.
Gilinsky: Alguém estaria comemorando seus números!
Johnson: Se você está orgulhoso da arte, isso é o que importa. Se tocou uma pessoa, já valeu. Comparação é o ladrão da alegria. Não compare.
E se vocês pudessem colaborar com qualquer artista no mundo, quem seria?
Gilinsky: A primeira pessoa que me veio foi The Weeknd. Não sei se faríamos uma boa música juntos, mas acho que ficaria incrível.
Johnson: Amo o Lil Wayne, é meu rapper favorito. Eu amaria um verso dele.
Quando vocês pensam nos fãs brasileiros, qual sentimento vem primeiro?
Johnson: Amor. Paixão. Eles são muito apaixonados.
Qual foi a coisa mais memorável que um fã já disse ou fez?
Gilinsky: Acho que qualquer momento em que o fã nem consegue falar, mas você vê a emoção no rosto, sente no abraço. Isso é especial.
Johnson: Só o fato de aparecerem por nós… falar com tantos fãs ao longo dos anos, seja em meets, DMs, cartas.
A vontade que eles têm de se abrir com a gente é muito especial.
E por fim, podem mandar uma mensagem aos fãs brasileiros e convidar quem não conhece vocês para o show?
Johnson: Claro! Brasil, te amo. Estou dizendo certo? Te amo. Amo vocês. Temos três shows — Curitiba, São Paulo, Rio — e estamos muito animados. Não viemos há 10 anos. Vocês vão ver uma melhoria enorme desde 2015. O show está muito melhor, a banda está incrível.
Gilinsky: E se você estava no show há 10 anos e esse será seu primeiro desde então: você precisa ir. Não vai se arrepender. Vai ser a melhor noite da sua vida. Levem amigos, mãe, pai, primo…
Johnson: Não vamos fazer vocês esperarem mais 10 anos. Prometemos.
O vídeo da conversa será publicado na íntegra em breve.


