Com novo repertório, Linkin Park retorna à Brasília após 11 anos e reacende a Capital do Rock com um show eletrizante da turnê From Zero.
Linkin Park, formado por Emily Armstrong (vocal), Mike Shinoda (vocal/guitarra), Dave “Phoenix” Farrell (baixo), Brad Delson (guitarra), Joe Hahn (DJ) e Colin Brittain (baterista) retornaram à Brasília com um espetáculo de 2h e uma setlist afiada – que reacendeu a Capital do Rock e cativou o público pelo carisma e entusiasmo.
Poppy foi a responsável por aquecer o público até a chegada da banda – e assim ela fez! Enganando muitos pela aparência, Moriah Rose mostrou-se uma veterana no metal, apresentando uma voz que transita entre o suave e o grave e pega muitos ouvintes de surpresa.
Ao som de “Baianá” do grupo musical brasileiro Barbatuques, a contagem regressiva de 10 minutos deu o pontapé inicial no show do Linkin Park, que momentos depois entrou com “Somewhere I Belong”, a setlist pensada especialmente para Brasília, trouxe novidades como “Points of Authority” e “Crawling” – deixando “New Divine” de fora. A nova era começou com força total ao som de “The Emptiness Machine”, faixa que abriu de fato a turnê From Zero e simbolizou um recomeço arrebatador.

Deus abençõe todos nós, somos um povo corrompido. O trecho de “The Catalyst” preparou o público para “Burn It Down” e uma surpresa foi feita ao Linkin Park. O Arena BRB, ficou iluminado com as cores verde e rosa – um abraço carinhoso do público que aguardou pacientemente 11 anos pelo retorno da banda à capital.
Seguindo com “Over Each Other”, “Where’d You Go”, “Waiting for the End”, a banda apresentou a segunda surpresa da noite, uma versão completa de “Castle Of Glass” que fez Brasília cantar em plenos pulmões cada verso. Para o desespero dos seguranças e da brigada, “Two Faced” trouxe os sinalizadores à tona, e os mosh pits tomaram conta do estádio, enquanto Emily e Mike assistiam tudo do palco secundário e sorriam ao ver a cena caótica.
Após o solo do Mr. Hahn, Mike assumiu o show com “When They Come For Me”, “Remember the Name”, o artista aproveitou para cumprimentar o público, descendo para os setores pit e pista premium com a bandeira do Brasil nas costas. “IGYEIH” foi retirada da setlist e abriu espaço para “Casualty” que aqueceu a garganta do público para “One Step Closer” – e uma chuva de confetes revelou a participação de Poppy.


Para abertura do terceiro ato do show, Linkin Park mostrou seus fãs nos telões por alguns minutos, que exibiram seus cartazes, tatuagens e todas as dedicatórias para a banda. “Lost” foi apresentada logo em seguida, e para a surpresa de muitos “Stained”. Directed By Michel Bay, “What I’ve Done” fez o estádio estremecer.
O quarto ato chegou explosivo com “Overflow” e a clássica “Numb” que ecoou pelas milhares de vozes na Arena enquanto Emily vestia um óculos da bandeira do Brasil. Com um show pirotécnico equilibrado, “Heavy Is the Crown” destacou os gritos impecáveis da artista que após a canção, foi presenteada com um sutiã gigante e brincou: “esse tamanho é enorme para caralho”.
“Bleed It Out” contou com um verso de “A Place for My Head” e pegou muitos fãs de surpresa. “Papercut” destacou a harmonia de Emily e Mike Shinoda, que brincaram com a introdução de “In the End” – onde a vocalista foi a responsável pelos sintetizadores da introdução da música. “Dê isso à eles, eles estão esperando a noite toda” disse Mike Shinoda enquanto Emily ensaiava com Mr Hahn. A bandeira do Brasil novamente se fez presente durante a performance, ficando por um período estendida nos teclados de Mike, referenciando o show de São Paulo, em 2012.
Para encerrar com chave de ouro – ou fumaça dos sinalizadores – “Faint” levou o público e a segurança à loucura! Com um solo de guitarra e confetes, Linkin Park encerrava a turnê From Zero em Brasília, com um repertório único.

From Zero, foi a turnê responsável por apresentar Emily Armstrong, a mulher que preencheu o silêncio deixado por Chester Bennington, e trouxe vida novamente ao Linkin Park. Destaca-se que a harmonia da banda nunca esteve tão equilibrada, e por diversos momentos percebemos durante o espetáculo que a memória de Chester permanece viva – ele está sempre ali sendo lembrado em cada verso e cada grito que faz o show estremecer. A vibração contagiante do público brasileiro, cativou a banda e foi perceptível o quanto o Linkin Park valoriza os fãs e o legado deixado por Bennington. Emily não é uma substituta, é uma continuação de uma história.
O fato é que não há protagonistas na banda. Ao longo do espetáculo, cada integrante tem seu momento de destaque, provando que o Linkin Park vai muito além de Mike Shinoda ou Emily Armstrong. Mr. Hahn, Dave, Brad e Colin são peças fundamentais para a sintonia do grupo, e todos têm seu espaço e merecido reconhecimento durante o show.


O espetáculo encanta em múltiplos aspectos, porém, o notável é o senso de proporção, que equilibra o clássico nu metal à momentos de calmaria, que leva a plateia a desfrutar de fato cada momento das performances. A setlist pensada especialmente para Brasília – conhecida como Capital do Rock – foi um perfeito equilíbrio entre canções clássicas da banda e faixas mais calmas e emocionantes. Adicionado a pirotecnia bem apresentada e não exagerada, Linkin Park fascina com um show único e impressiona por apresentar uma estética exclusiva que conversa perfeitamente com o álbum que carrega o nome da turnê.
Linkin Park deixou o Brasil com um gostinho de quero mais, e esperamos ansiosamente a próxima era da banda. E aí, como foi o show para você?





