Entrevista

Entrevista: Jovem Dionísio explora sucessos, conexão com fãs e novos passos na cena musical brasileira

Seja através de sucessos como “Acorda Pedrinho” e “Cê Me Viu Ontem“, ou de uma crescente base de fãs que os acompanha em shows lotados pelo país, não tem como não conhecer a Jovem Dionísio hoje em dia.

A banda, formada em Curitiba, é composta por cinco amigos – Bernardo Pasquali, Rafael Duna, Gustavo Karam, Gabriel Mendes e Bernardo Hey – e rapidamente se consolidou como um dos nomes mais promissores do cenário musical brasileiro. Em outubro, eles desembarcaram em Belo Horizonte para uma apresentação no Distrital, promovendo seu segundo álbum “Ontem, eu tinha certeza (hoje eu tenho mais)”, indicado ao Grammy Latino, e reafirmando sua trajetória de sucesso no pop alternativo nacional.

Tivemos a oportunidade de entrevistá-los e conversar sobre a evolução deles como banda, desde os primeiros passos até o reconhecimento atual. Falamos também sobre seus projetos futuros e os sonhos que têm pela frente, além de descobrirmos um pouco mais sobre o que podemos esperar para os próximos capítulos dessa jornada musical.

A primeira coisa que queríamos saber de vocês: o que mudou desde o primeiro CD da banda para o segundo? Vocês fizeram algumas parcerias e tudo mais, fizeram parceria com a Anavitória, então o que mudou entre esses trabalhos?

BP: Eu acho que essa talvez seja a primeira das coisas. O primeiro disco não tinha participação de ninguém, né? Aí o segundo disco já tem a participação da Dupla 02, Arnaldo Antunes, tem o trecho de Leminski, Menos é Mais. Eu acho que esse é um dos primeiros pontos que diferencia o primeiro do segundo. Acho que o processo também de criação do segundo disco, ele foi um processo em que a gente entrou mais em estúdio para revisitar nossas ideias e tentar ‘cavocar’ elas para tentar chegar em lugares que a gente gostava mais, ao invés de ficar só pela experiência da espontaneidade que a gente tinha muito no primeiro disco, que era aquela gravação e vamos embora, assim, sabe? No segundo disco a gente revisitava gravações e até ideias de composição, assim, para mudar e estar sempre fazendo a melhor versão possível.

E tem a indicação ao Grammy, certo? Parabéns! […] Particularmente, nós adoramos a música Tartaruga do segundo CD, então gostaríamos de saber quais influências vocês tiveram para escrever esse segundo disco? Como falaram, vocês estiveram mais no estúdio, qual a maior diferença no processo de compsição e produção?

BP: A gente mudou, assim, um pouco o teor das letras, a gente queria que fosse mais uma coisa de grupo do que só, tipo, uma coisa unitária assim. Querendo ou não, no primeiro CD a gente fez muito mais coisa pro lado mais romântico, assim, love song e tal, e o segundo, como você disse mesmo, a primeira música já não fala nada sobre isso, né? São vários caras num bar, cantando juntos, basicamente assim. Eu acho que o disco inteiro a gente tentou, tipo, trazer histórias, coisas nossas, mais do que só, tipo, histórias românticas, sabe? Eu acho que isso mudou bastante no termo de composição.

Nós particularmente sentimos muito uma vibe que remete ao Gabriel Pensador nesse novo álbum. Talvez o álbum seja uma referência para essa nova geração?

GK: A gente já escutou muito Gabriel Pensador, então com certeza no fundo ele seria uma influência para a gente.

Vocês também possuem uma ligação muito forte com seus fãs, vemos que vocês tentam manter essa conexão com eles nos shows. Vocês notaram alguma diferença no público da primeira turnê para a turnê atual? Como está essa ligação agora?

BP: Acho que tem uma diferença grande aí. Tipo assim, nossa primeira turnê, ela foi a turnê de Acorda Pedrinho, e quando a gent começou a fazer nossa primeira turnê [o estouro] de Acorda Pedrinho estava acontecendo, toda a parada que aconteceu dela, assim, então os shows tinham desde pessoas que estavam acompanhando o disco inteiro ou até de antes do disco, até pessoas que iam só para saber o que era Acorda Pedrinho e ver o que tava acontecendo, assim, sabe? E parece que agora para a segunda turnê tem muito mais gente que já sabe o que está acontecendo e vem para ver mais do segundo disco do que do primeiro, até. Enfim, eu acho que cada turnê, é nossa segunda turnê só, né? Então, acho que dá para já enxergar uma diferença de duas turnês e me empolga muito para ver como vai ser a diferença para as próximas turnês, assim, sacar tudo que vai mudar também, sabe?

Falando em próxima turnê, então vocês já têm projetos futuros?

BP: Agora a gente quer lançar bastante música, então a gente está trabalhando… Tem algumas ideias de trabalhar coisas do disco, ideias de trabalhar coisas fora do disco, agora acho que a gente só não quer seguir nenhum plano específico, só quer botar para fora o máximo que der.

Aproveitando que estamos falando sobre não seguir nenhum plano específico, vocês falaram que o primeiro CD teve uma música viralizada, o segundo também teve, o que vocês pensam disso? Percebemos que vocês não pensam muito em, tipo, ‘ah, essa música tem que viralizar’ ou não. Então pensando nesses próximos projetos, como que está a cabeça de vocês para isso?

BP: Acho que está igual aos outros, que é: se algo for viralizar, não vai ser por nossa culpa. Quer dizer, por culpa talvez seja nossa, mas não vai ser por nosso motivo, não vai ser a gente que vai estar movimentando a viralização porque a gente não escreve assim [com esse foco].

GM: Eu acho que vale a pena a gente contar histórias, assim, sempre. Eu acho que é isso que a gente busca, né? A gente vai ouvir, tipo, o primeiro álbum, vai ouvir o segundo álbum e aí vai começar a ouvir as coisas novas e falar ‘cara, o que vamos contar de história aqui agora?’. Eu acho que é por ai, a motivação. Não é tipo, cara, a gente precisa fazer um hit agora, agora a gente realmente só quer contar histórias, a gente sempre quis só contar histórias.

BP: Até porque a própria viralização, ela não… Tipo, ela participa de vários movimentos que a gente é zero por dentro, então assim, a gente não participou de nenhuma das trends, nem de Acorda Pedrinho quando teve as trends, nem dessa música quando teve trend. A gente não participou porque a gente sempre vai deixando para depois, a gente fala: “pô, vamos fazer alguma hora, acho que é bom fazer um vídeo, né?” e a gente nunca faz. Assim, a gente é bem preguiçoso para falar a verdade.

Nós entendemos! Então, vocês gostariam de falar alguma coisa par os fãs de vocês, a galera que acompanha o We In The Crowd e vocês?

BP: Galera, a gente queria mandar um beijo grande aí, falar que a Jovem Dionísio ama Belo Horizonte, ama Minas Gerais e várias cidades do interior de Minas Gerais aí que a gente já passou, a gente quer passar de volta aí o quanto antes, então muito obrigado todo mundo que acompanha a gente aí. A gente adora vocês, adora a cidade de vocês, a comida de vocês, caralho, é muito boa! Tudo é muito bom. Assim, a gente agora vai passar uns dias em Belo Horizonte e a gente está muito feliz que a gente arrumou uma desculpa para passarmos mais tempo nessa cidade e aproveitar mais. Então beijo grande para todo mundo, viva BH!

A Jovem Dionísio continua sua turnê pelo Brasil, visitando ainda as cidades de Campinas, Vitória, Rio de Janeiro, Toledo e Porto Alegre, além de uma apresentação marcada para o Lollapalooza 2025. Todos os ingressos estão disponíveis para compra no site da banda.

Confira a galeria do show de Belo Horizonte abaixo:

Fotos por: Matheus Carvalho

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