O hardcore punk voltou com tudo — e o Turnstile é a prova viva disso. Palcos viram pistas de skate, e mosh pits se transformam em rituais de libertação coletiva.
Formada por Brendan Yates (vocalista), Pat McCrory (guitarrista), Franz Lyons (baixista) e Daniel Fang (baterista), surgiu em 2010 em Baltimore e apresentou à indústria musical um som energético, inovador e bagunçado – uma mistura de hardcore punk, com rock alternativo, funk e R&B.
A banda, que já tem anos de estrada, tornou-se um dos headliners mais aguardados do Lollapalooza Brasil, e trouxe uma questão: o formato do show será tão insano quanto os outros?
Se voltarmos um pouco na história do Turnstile, veremos o que fez a banda entrar no radar dos fãs do rock, além é claro, da sonoridade absurdamente boa, foram os shows insanos e espetaculares que colocam o artista e o fã em harmonia, onde ambos dividem o mesmo palco com um único propósito: a música.
No palco, durante algumas canções, o público se torna a atração principal e a banda fica em segundo plano. As performances sempre acompanhadas de mosh pits, retomam o antigo Woodstock – celulares ficam de fora e a energia flui pelo show. Uma prova disso é a apresentação da banda no Tiny Desk, onde não importa o lugar ou o tamanho, se a música exige uma libertação coletiva, há de ser feita.

Para Lyons, “o nosso objetivo é tentar ter o mínimo de distância possível entre a banda e as pessoas que vêm nos apoiar.” Desprovidos de qualquer pretensão ou atitude estereotipada de estrelas do rock, Turnstile quebra a hierarquia de bandas intocáveis, alinhando perfeitamente a performance com o tipo de público que eles possuem.
A questão é que não há limites quando se trata de conectividade, especialmente quando o público é habituado e respeitoso quanto aos artistas ali presentes, ou seja, quem define a insanidade de um show é aquele que assiste e faz parte, obviamente a banda desempenha um papel primordial, mas quem dita o espetáculo é o público. No caso do Turnstile, a banda deixa isso a mercê, onde em diversos momentos, para eles o ato de fãs invadirem o palco, abraça-los e interagir é totalmente natural.
Segundo Brendan, “acho que uma coisa que eu sempre senti em relação à nossa banda é o seguinte: a essência dela está em um ambiente ao vivo, junto de outras pessoas. Nos shows. Acho que esse sempre foi o nosso objetivo: maximizar aquela sensação de estar em um show ao vivo.”

A banda que possui três indicações ao Grammy Awards pela canção “BLACKOUT” e “HOLIDAY” pelo álbum anterior denominado “GLOW ON, retornou este ano com o disco “NEVER ENOUGH”, e de acordo com Fang: “este álbum todo é definitivamente a maior odisseia que já tivemos… no que tange encontrar nossa própria autoconfiança no que as coisas deveriam sentir – e ajustar, duvidar de nós mesmos… Tivemos de tomar todas essas decisões no fim das contas.”
A banda será headliner do último dia do Lollapalooza Brasil, ao lado de Tyler, the Creator e Lorde. E aí, nos vemos lá?




