Artista Do Mês

Artista do Mês: Rachel Chinouriri

Nome: Rachel Chinouriri
Idade: 26 anos 
Origem: Kingston-upon-Thames, Inglaterra 
Artistas Favoritos: Coldplay, Daughter e Celeste
Pra quem gosta de: Olivia Rodrigo, Tate McRae e Olivia Dean

A cantora indie Rachel Chinouriri, nascida em Londres com pais zimbabuanos, teve um grande impulso em sua carreira quando uma de suas músicas viralizou no TikTok.

Em casa, sua infância foi marcada por músicas religiosas africanas, influenciadas pelos gostos de seus pais. No entanto, ao crescer, Rachel encontrou inspiração em músicos britânicos, predominantemente brancos, o que a fez questionar onde exatamente se encaixava dentro desse cenário musical.

“Crescer em um mundo dominado pelo Britpop me fez perceber a direção que quero seguir artisticamente”, disse ela ao The Cut. “As bandas femininas sempre foram super hiperpop, então eu me perguntava: onde está o meio-termo disso?”

A trajetória de Rachel Chinouriri na música começou de forma modesta, mas determinada. Com um microfone barato e um notebook emprestado, ela começou a gravar suas próprias composições e a compartilhá-las no SoundCloud. Seu talento logo chamou a atenção e, em 2018, ela deu o primeiro passo profissional ao lançar oficialmente suas músicas nas plataformas digitais.

No ano seguinte, Rachel apresentou ao mundo seu primeiro EP, Mama’s Boy, um projeto composto por quatro faixas que rapidamente conquistaram a crítica especializada. Com uma sonoridade indie envolvente e letras sinceras, o EP destacou sua habilidade como compositora e sua capacidade de transmitir emoções genuínas por meio da música.

“Minha música não é R&B. Minha música não é soul. Minha música não é R&B alternativo. Minha música não é neo soul. Minha música não é jazz. Artistas negros fazendo indie não é algo confuso. Você vê minha cor antes de ouvir minha música.”

Seu estilo autêntico e sua forte presença artística renderam comparações à Lily Allen, especialmente por sua abordagem direta e confiante na composição. No entanto, Rachel construiu sua própria identidade dentro da cena musical, misturando influências do Britpop e do indie com suas experiências pessoais. A cantora tenta até hoje fugir do estereótipo de ser colocada no estilo R&B só por ser negra.

Crescer como uma criança negra na Inglaterra foi um desafio constante para Rachel Chinouriri. Desde cedo, ela enfrentou episódios recorrentes de racismo, o que impactou profundamente sua visão de mundo e sua identidade. Essas experiências dolorosas foram a base de seu segundo projeto, lançado em 2021, no qual ela aborda, de maneira crua e honesta, as dificuldades vividas durante a infância e a adolescência.

Em entrevista à NME, Rachel compartilhou a profundidade emocional desse trabalho:

“O que eu quero que as pessoas saibam antes de ouvir este EP é que coloquei meu eu mais vulnerável nele. Cada canção reflete situações que me marcaram, lutas internas e algumas das coisas mais difíceis que tive que enfrentar mentalmente. Esse projeto se tornou um espaço de cura para mim, e espero que possa oferecer o mesmo para outras pessoas que passaram por experiências semelhantes.”

O EP apresenta uma narrativa pessoal e introspectiva, explorando desde os desafios de ser uma minoria em espaços predominantemente brancos até os sentimentos de deslocamento e identidade. Com letras sinceras e melodias envolventes, Rachel transforma suas vivências em arte, criando um projeto que não apenas expressa sua dor, mas também ressoa com aqueles que já se sentiram marginalizados.

Em julho de 2022, Rachel foi chamada para participar do COLORS Show, uma série do COLORSxSTUDIOS que apresenta artistas performando músicas originais em um estúdio minimalista com fundo monocromático. O projeto destaca talentos de diversos gêneros, especialmente emergentes e alternativos. Em seu episódio, ela cantou “Thank You For Nothing”.

Com o Spotify, ela lançou suas músicas, incluindo um cover de “The Scientist”, do Coldplay — uma de suas bandas favoritas — e uma nova versão de “Robbed”.


O histórico de turnês que Rachel já abriu é impressionante, mesmo com sua curta carreira. Ela já se apresentou nas aberturas de shows de Louis Tomlinson, Lewis Capaldi, Sam Fender e Remi Wolf. Em 2025, ela foi confirmada como ato de abertura da Short N’ Sweet Tour de Sabrina Carpenter na Europa.


Antes do lançamento de seu primeiro álbum, Rachel Chinouriri compartilhou sua visão sobre o projeto:

“Para o meu primeiro álbum, eu queria voltar às minhas raízes, à sensação de lar e à experiência de crescer no Reino Unido nos anos 2000. Se eu partir desse ponto — daquilo que amo na música e de como ela me faz sentir — será mais fácil explorar diferentes caminhos ao longo da minha carreira. Sinto que construí uma base sólida. Não importa para onde eu vá depois, este álbum sempre mostrará quem eu sou.”

O álbum, composto por 14 faixas, reflete experiências pessoais, desafios familiares e frustrações vividas por Rachel. Mais do que um trabalho autoral, ele carrega um propósito claro:

“Quero inspirar outras meninas negras de 13 anos que talvez estejam confusas sobre sua identidade, mas que amam o rock. Quero que elas olhem para isso e pensem: ‘Oh Deus, isso é possível’. Em 10 anos, espero olhar para trás e saber que meu álbum realmente teve impacto, ajudando a abrir portas para artistas negros.” — Rachel para a Rolling Stone UK.

O clipe de “Never Need Me” foi uma grande surpresa para a cantora. Florence Pugh enviou uma mensagem para Rachel dizendo que ela havia salvado seu dia com a música. Fã da atriz, Rachel teve um surto de felicidade e a convidou para participar do videoclipe — convite que Florence aceitou.

Após o lançamento, Rachel apresentou um EP ao vivo gravado no icônico KOKO, em Londres. O projeto inclui quatro faixas do álbum e foi gravado diante de uma casa de shows completamente lotada, consolidando ainda mais sua presença no cenário indie.

Rachel recebeu duas indicações no BRIT Awards, nas categorias Artista Revelação e Artista do Ano. Para parabenizá-la, Adele lhe enviou um belo arranjo de flores.

PARA ASSISTIR

WITC Recomenda:

  •  All I Ever Asked
  • Robbed
  • What a Devastating Turn of Events

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *