O Limp Bizkit tomou conta de São Paulo no último sábado (20) ao se apresentar no Allianz Parque com a turnê Looserville. A proposta já dizia muito sobre a noite que estava por vir. Como o próprio Fred Durst definiu, a ideia era “juntar um bando de perdedores (falando da melhor maneira possível) em um lugar incrível”. E foi exatamente isso que aconteceu.
Mesmo com o show terminando por volta das 23h, o evento começou cedo e funcionou quase como um festival. Slay Squad, Riff Raff, Ecca Vandal, 311 e Bullet For My Valentine ficaram responsáveis por aquecer um estádio inteiro antes da atração principal subir ao palco. E deu muito certo. Mesmo em momentos com artistas menos conhecidos por parte do público, a energia não caiu em nenhum instante. Pelo contrário, ela só foi crescendo, preparando o terreno para o caos que estava por vir.
Quando o Limp Bizkit finalmente entrou em cena, o Allianz Parque viveu uma verdadeira catarse coletiva. A banda abriu o show com “Break Stuff”, e foi como apertar um botão de explosão geral. A plateia enlouqueceu imediatamente, com gritos, pulos e uma descarga de adrenalina difícil de descrever.
Para onde quer que você olhasse, tinha algo acontecendo. Rodas de mosh se formavam sem parar, sinalizadores tomavam do lugar, bonés vermelhos pulavam por todos os lados, pessoas fantasiadas, gente se jogando, cantando, vivendo aquele momento como se fosse único. Era o nu-metal em seu estado mais puro, caótico e honesto.
A setlist passou por clássicos como “Hot Dog”, “My Way”, “Take a Look Around”, “Nookie”, além de hinos absolutos do gênero como “My Generation” e “Rollin’”. Cada música era recebida com ainda mais intensidade do que a anterior, com o público gritando cada verso como se fosse parte da banda.
Nos momentos mais debochados, bem no estilo Limp Bizkit de ser, o set do DJ trouxe surpresas inesperadas, passando por George Michael, Creedence Clearwater Revival e KC and the Sunshine Band, arrancando risadas e reações surpresas da plateia. E, claro, não poderia faltar “Behind Blue Eyes”, clássico do The Who que ganhou ainda mais força e emoção na voz da banda.
Um dos pontos altos da noite foi quando Bia, uma fã brasileira, subiu ao palco para cantar “Full Nelson”. O estádio inteiro veio abaixo, com uma mistura de surpresa, orgulho e euforia que transformou aquele momento em algo completamente inesquecível.
Mas nem tudo foi só festa. Em meio à vibe descontraída, o Limp Bizkit reservou diversos momentos para homenagear Sam Rivers, baixista que faleceu em outubro. Antes mesmo da entrada da banda, um vídeo com registros de sua vida foi exibido no telão, acompanhado da frase “para sempre nosso irmão”. Ao longo do show, Fred Durst também fez várias menções ao amigo, trazendo um tom de respeito e emoção que contrastou, e ao mesmo tempo completou completamente, a intensidade da noite.
Para encerrar, a banda voltou mais uma vez com “Break Stuff”, agora com as luzes do estádio completamente acesas. O público virou o verdadeiro protagonista daquele final, cantando a plenos pulmões e deixando claro que o legado do Limp Bizkit segue vivo, forte e pulsando no coração de quem estava ali.
Foi intenso, foi caótico, foi emocionante. Um show daqueles que não dá pra explicar direito, só sentir. E, definitivamente, foi incrível.






